renasci
Tal como à lebre segue o caçador,
Por montes e vales, ao frio e ao calor
E mal a vê presa mais não lhe liga,
Só o passo estuga desde que a persiga Ariosto, 'Orlando Furioso'
18 fevereiro, 2004
Do Condado Portucalense à República Portuguesa.
Ao longo de quase mil anos de história muitas foram as épocas em que Portugal teve relações complicadas com nuestros hermanos, muitas lutas surgiram, mas Portugal foi sempre Portugal, uma nação independente e que chegou a ter um Império que possuía meio mundo, concorrendo com Espanha. Temos uma história de concorrência directa com Espanha onde pelo facto de sermos um país mais pequeno nunca fomos mais fracos.
Hoje parece instalada a ideia de que a Portugal resta ser anexado por Espanha, quando nos tentam conquistar pela economia, resta-nos sermos empregados de mesa ou arrumadores de carros. Para quem não acredita neste destino, resta ser apelidado de sonhador nacionalista.
As minhas perguntas são porque é que Portugal sendo um país mais pequeno, mais fácil de governar tem de estar condenado a ser fraco? Porque é que por exemplo o Luxemburgo que é um país mais pequeno não tem de ser anexado e nós temos? Será que nunca vamos conseguir melhorar? E mais será que vale a pena fazer grandes discursos sobre a necessidade de manutenção dos centros de decisão em Portugal e depois à primeira oportunidade entrega-los de mão beijada a Espanha?
Eu acredito que com outra mentalidade e outra força podemos voltar a ser uma grande nação, só depende dos Portugueses. O problema está nos valores, porque a verdadeira diferença entre nós e os espanhóis é a de que eles têm orgulho na sua nação e entre um produto espanhol e outro estrangeiro eles dão primazia aos produtos nacionais, enquanto nós achamos que se é estrangeiro é bom. É tudo uma questão de mentalidade dos empresários, dos trabalhadores e dos consumidores.
17 fevereiro, 2004
ABORTO - PCP rejeita discutir projecto da maioria dia 3.
«O PCP não quer discutir o projecto da maioria no dia 3 de Março, alegando que não incide sobre alterações à lei penal do aborto. A maioria diz que o assunto é o mesmo e que o projecto surgiu precisamente devido ao agendamento do debate...»
in "Site da TSF"
Assim vai a vida política portuguesa
16 fevereiro, 2004
Prostituição... ou promoção da indignidade humana...
Este é sem dúvida alguma um tema controverso. Mais do que um tema político que divida a esquerda ou a direita, este é um tema em que cada um tem a sua opinião. Afinal o melhor caminho será legalizar a prostituição, ou combatê-la? Independentemente de tudo o que se possa dizer, parece-me óbvio que tudo começa na família e na educação das pessoas, pois o facto é, que sem clientes não haveria prostituição. Mas enfim, tendo de viver com a realidade de que há quem esteja disposto a pagar para ver satisfeitos os seus desejos sexuais, cabe na minha opinião ao estado controlar este crime.
Na verdade as pessoas normalmente tendem neste como noutros aspectos por seguir o caminho mais fácil, aquele que parece ser o melhor. Como ainda no outro dia ouvia uma pessoa, por acaso de direita dizer, temos é de controlar o fenómeno, pois então se ele existe... Vale mais tê-lo em casas legalizadas para o efeito com condições sanitárias... Sinceramente esse argumento serve para tudo se o fenómeno das drogas existe, porque não legaliza-las, ou o aborto, ou até o simples fenómeno das assaltos. Todos estes fenómenos existem, se os legalizarmos deixa de haver problema. É tão simples não é?
Bem não sendo frequentador desses meios (também nunca fui a Paris e sei que está lá a Torre Heifel), continuando, há logo vários aspectos que fazem com que estar calado a ouvir custe imenso. Primeiro é qual a garantia de que estando legalizadas, essas casas cumpririam as condições sanitárias, quando sabemos que há clientes que pagam pequenas fortunas para satisfazerem fetiches como ter relações sem preservativo? Legalizar estas casas não seria mais do que passar para a lei aquilo que hoje existe onde os chamados "chulos" controlam as prostitutas? Neste caso os "chulos" seriam os donos das casas onde o controlo seria facilitado. Até que ponto o estado seria capaz de fiscalizar estas casas? É que também está agora responsável por fiscalizar casas de prostituição ilegais e a verdade é que não fiscaliza nada. (Excepto em Bragança onde pelos vistos passou a ser um problema sério).
E já agora, digam-me essas pessoas, acham que as prostitutas sentem mesmo prazer nesse tipo de relações? É que a principal razão pela qual eu sou contra a prostituição, é a de se tratar da humilhação do ser humano. As pessoas que recorrem à prostituição para arranjarem dinheiro para a droga, para pagarem os estudos, ou simplesmente para viver estão à partida numa situação de debilidade. essas pessoas devem ser ajudadas e não empurradas para fazerem uma coisa que é no ponto de vista de qualquer humanista, simplesmente humilhante.
Para aqueles que acham que devemos ir pelo caminho mais fácil, mesmo que depois surjam complicações, afinal não há problema, pode-se sempre recorrer a um aborto, enfim para esses que acham que legalizando acaba o problema, pois o problema está na lei e não no acto, desejo simplesmente que nunca tenham de passar por algo parecido para perceberem o quão enganados estão.
15 fevereiro, 2004
Uma questão de perspectiva v.2.0
Pois é numa semana em que muito se debate e pouco se faz, como todas as outras... Tive um fim de semana bastante cultural... Fui ver uma peça de teatro chamada "Deixa-me rir". É uma peça de cariz politico de Alistair Beaton, encenada pelo António Feio, muito ao estilo da muito aclamada série "Yes Minister". É uma peça que ataca o sistema politico em sí, que ataca as manipulações feitas por magos da publicidade, que manobram o modo de apresentar as coisas ao publico. Apesar disto não deixa de largar farpas bem merecidas ao actual governo de uma forma que uma pessoa, seja ela de esquerda ou de direita, não deixa de chorar a rir ao ver a brilhante actuação daquele elenco. Não deixem de ir ver porque vale mesmo a pena.
Também vi um espétaculo no Centro Cultural de Belém chamado "Gum Bots". É um espectáculo muito aclamado pela Europa fora que fala sobre a vida dos meniros de carvão africanos no tem do aparthaide. Entre as criticas certamente haverá aquela atitude de "coitados deles que sofreram tanto durante o aparthaide portanto deixa ca ver se escrevo uma critica boa até para provar que não sou racista", mas sinceramente guardem esta atitude para quem precise, pois este espétaculo é bom só por si. Devo admitir que não sou grande fã da cultura africana... sempre fui mais orientado para a cultura oriental... mas sinceramente este espétaculo conquistou-me pela sua simpatia, simplicidade, e qualidade.
Depois de mais um "feriado" (va-la que este ainda não é feriado) comercial certificado que causa imensas depressões a imensa gente (ate dava para confundir com o natal) o saldo até foi positivo tendo em conta que me deverti bastante com estes dois espétaculos que recomendo vivamente.
Já agora... porque será que em portugal não se produzem espétaculos de qualidade sobre a cultura portuguesa... como por exemplo os paliteiros de miranda e coisas assim, numa altura em que os ritmos crús estão na moda? Será isso também uma questão cultural? pelo menos de reflexo cultural do nosso pais, que depressa se esquece das suas raizes e idolatra artistas de qualidade duvidosa (sim, estou a incluir cantores como João Pedro Pais nisto...).
Temos de começar a apostar mais em fazer espetáculos Bons e começar a comercializa-los para o estrangeiro. Reparem em casos como Riverdance, Stomp, Gum Bots. Só assim é que poderemos assumir uma identidade cultural forte.